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Migrando do CLT para Sócio? A Importância de Definir o Pró-Labore de Forma Estratégica

Migrar do CLT para sócio traz novos desafios. Descubra como definir o pró-labore corretamente e garantir uma remuneração estratégica

Introdução


Se você está migrando do regime CLT para se tornar sócio de uma empresa, a mudança pode ser empolgante, mas também cheia de decisões importantes. Uma delas é a definição do seu pró-labore, que nada mais é do que a remuneração pelos serviços que você, como sócio-administrador, presta à sua própria empresa.


Neste post, vamos explorar como você pode definir o valor do pró-labore de forma estratégica, equilibrando as suas necessidades de curto prazo, como a tributação, e os seus objetivos de longo prazo, como a aposentadoria. Além disso, é essencial que você saiba que valores considerados muito baixos podem ser monitorados pela Receita Federal. Vamos entender todos esses pontos em detalhes!


1. Diferença Entre Salário CLT e Pró-Labore


1.1. Salário CLT

Se você veio do regime CLT, está acostumado a uma série de benefícios garantidos por lei. Além do salário mensal, você tinha direito a:

  • Férias remuneradas,

  • 13º salário,

  • Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS),

  • Entre outros benefícios trabalhistas.

A contribuição ao INSS era feita automaticamente pela empresa, e seus direitos eram garantidos de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).


1.2. Pró-Labore

Agora, como sócio de uma empresa, você receberá o pró-labore, que, diferentemente do salário, não concede esses benefícios trabalhistas. Ou seja, não há FGTS, férias ou 13º salário. No entanto, você ainda terá a responsabilidade de contribuir para o INSS com uma alíquota de 11%, além da contribuição patronal da empresa, que é de 20%.


Essa diferença essencial marca o início de um novo processo de tomada de decisão sobre sua remuneração, agora mais flexível, mas também exigente de planejamento adequado.


2. Critérios para Definir o Valor do Pró-Labore


2.1. Funções Exercidas na Empresa

Uma das primeiras coisas a considerar é que o valor do seu pró-labore deve refletir suas responsabilidades dentro da empresa. Se você está à frente da administração, por exemplo, seu pró-labore deve ser compatível com os salários pagos para cargos equivalentes no mercado. Isso não só é importante para uma remuneração justa, mas também evita que a Receita Federal interprete um valor irrisório como tentativa de reduzir impostos de maneira ilegal.


2.2. Situação Financeira da Empresa

O pró-labore também precisa ser sustentável para a empresa. Empresas em fase inicial ou com lucros instáveis podem definir um pró-labore mais baixo para garantir que os custos fixos não comprometam o caixa. Contudo, é importante equilibrar esse valor com o entendimento de que ele precisa ser realista e estar em conformidade com as funções desempenhadas.


Em momentos de crescimento, o pró-labore pode ser ajustado, mas sempre respeitando a realidade financeira e considerando a capacidade de pagamento regular.


2.3. Impacto Tributário


Outro fator fundamental na definição do valor do pró-labore é o impacto que ele terá na sua carga tributária. O pró-labore está sujeito a Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) e ao INSS.


Optar por um valor muito alto pode resultar em uma carga tributária mais pesada, reduzindo o ganho líquido no curto prazo. Por outro lado, um pró-labore mais moderado pode ajudar a equilibrar esses custos, especialmente quando combinado com a distribuição de lucros, que, no Brasil, é isenta de tributação para a pessoa física.


3. Aposentadoria e Benefícios Previdenciários


3.1. Contribuição ao INSS

Sua contribuição ao INSS é calculada com base no valor do pró-labore. Se seu objetivo for garantir uma aposentadoria maior, você precisará definir um pró-labore que permita atingir o teto de contribuição do INSS (atualmente, por volta de R$ 7.600). Contribuir com um pró-labore abaixo do mínimo necessário pode impactar diretamente o valor que você receberá no futuro, não só na aposentadoria, mas também em benefícios como auxílio-doença ou pensão por morte.


3.2. Planejamento de Longo Prazo

É essencial pensar no pró-labore como parte do seu planejamento previdenciário. Se você não deseja depender apenas do INSS, pode também considerar complementar sua contribuição com uma previdência privada. Definir um pró-labore muito baixo pode gerar economia a curto prazo, mas limitará suas contribuições previdenciárias, resultando em uma aposentadoria menos vantajosa.


4. Riscos de Definir um Pró-Labore Muito Baixo ou Muito Alto


4.1. Pró-Labore Muito Baixo

Definir um pró-labore muito abaixo do que é praticado para funções semelhantes no mercado pode chamar a atenção da Receita Federal. Se a Receita entender que a empresa está evitando o pagamento de impostos de forma artificial, poderá realizar uma autuação, cobrando os impostos e contribuições previdenciárias devidas.


Além disso, um pró-labore baixo também prejudica sua aposentadoria, pois reduz o valor de sua contribuição ao INSS, impactando diretamente o valor dos benefícios previdenciários.


4.2. Pró-Labore Muito Alto

Por outro lado, definir um pró-labore muito alto pode sobrecarregar a empresa com uma carga tributária maior, tanto em relação ao Imposto de Renda quanto às contribuições previdenciárias. Isso pode afetar o fluxo de caixa da empresa e limitar a capacidade de distribuição de lucros.


O ideal é buscar um equilíbrio, onde o pró-labore atenda às suas necessidades pessoais de curto e longo prazo, sem comprometer as finanças da empresa.


5. Vantagens de um Pró-Labore Bem Definido


5.1. Equilíbrio entre Remuneração e Tributação

Um pró-labore bem definido traz equilíbrio entre a tributação e a remuneração. Você consegue manter uma contribuição previdenciária razoável, sem comprometer o caixa da empresa, e pode ainda complementar sua renda com a distribuição de lucros, que é isenta de tributação.


5.2. Flexibilidade de Ajustes

Uma das vantagens de ser empresário é a flexibilidade que você tem em ajustar seu pró-labore conforme a necessidade. Se a empresa está passando por um bom momento financeiro, você pode aumentar sua remuneração. Se o mercado está em crise, pode reduzir temporariamente o pró-labore e buscar alternativas para manter o equilíbrio financeiro.


Conclusão


A transição do regime CLT para a posição de sócio de uma empresa traz muitas oportunidades, mas também exige uma nova abordagem para lidar com sua remuneração e planejamento financeiro. Definir corretamente o valor do pró-labore é essencial para garantir o sucesso da sua empresa, evitar problemas com o Fisco e garantir que seu futuro previdenciário esteja protegido.


Tomar essa decisão com cuidado e planejamento garantirá que você tire o melhor proveito dessa nova fase como empresário!

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